Trabalhadores da FIOL paralisam obra em São Félix do Coribe por atraso de salários
“A gente tem que fazer isso (...) A gente trabalha igual um condenado pra depois ficar sem receber. Tem 11 meses que eles tão me devendo sem acertar"
SÃO FÉLIX DO CORIBE – Mais uma vez, operários da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) enfrentam atrasos salariais e paralisam atividades em protesto contra o descaso. A nova mobilização foi registrada nesta segunda (9), no trecho da obra que a pelo município de São Félix do Coribe, no oeste da Bahia.
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Vídeos diversos mostram o clima de revolta no canteiro de obras, localizado na saída para a comunidade de Mozondó. O o foi bloqueado com uma máquina pesada e veículos que exibiam faixas de protesto com os dizeres: “Fechado por falta de pagamento.”

Segundo relatos dos trabalhadores, os atrasos nos salários são frequentes e vêm se acumulando há meses. A situação tem gerado indignação, além de sérias dificuldades financeiras para dezenas de famílias que dependem da renda gerada pela obra.
Um dos operários, em vídeo compartilhado nas redes sociais, desabafa: “A gente tem que fazer isso, senão não recebe. A gente trabalha igual um condenado pra depois ficar sem receber. Tem 11 meses que eles tão me devendo sem acertar”, relatou o trabalhador, visivelmente indignado.
O alvo dos protestos é o Consórcio Tiisa, responsável pela execução do trecho da ferrovia. Esta não é a primeira vez que denúncias sobre falta de pagamento vêm à tona. Paralisações por motivos semelhantes já ocorreram anteriormente, comprometendo não apenas o sustento dos trabalhadores, mas também o cronograma de uma das maiores obras de infraestrutura do estado da Bahia.
Até o momento, o consórcio responsável não se pronunciou publicamente sobre o novo episódio de paralisação. Os operários, por sua vez, afirmam que não retomarão as atividades até que os salários sejam regularizados.
A situação lança luz sobre a precarização das relações de trabalho em grandes empreendimentos públicos, que, mesmo recebendo vultosos investimentos, seguem operando sob denúncias de irregularidades e desrespeito aos direitos básicos dos trabalhadores.